Ao visitar o site http://gestaoescolar.abril.com.br, encontrei uma postagem do blog Coordenadoras em Ação, de Eduarda Diniz Mayrinkk, e Leninha Ruiz, formadora na área de Educação Infantil. Neste blog achei muito interessante uma postagens das autoras com o título "Quando faz sentido publicar as escritas dos pequenos?", mesmo título que inseri nessa postagem.
No tempo que trabalhava com a disciplina Educação Infantil no curso Normal da Rede Estadual, está era uma pergunta constante de minhas alunas, muitas não sabiam se deveriam escrever sobre a escrita não alfabética da criança e também o deveriam fazer com os trabalhos para que os mesmos despertassem mais vontade nas crianças de continuar suas produções.
Achei interessante a postagens das autoras acima porque concordo com a ideia apresentada. Abaixo transcrevo parte da postagem da Lenira que considerei muito significativa, apresentando também, duas imagens da experiência da autora.
Mais abaixo divulgo o endereço para que vocês possam conhecer melhor essas autoras e ver a publicação na íntegra.
Um forte abraços a todos!!!
"...é importante permitir que as crianças bem pequenas escrevam do modo delas e segundo as próprias ideias."
"Ter um mural para expor o que as turmas produziram é algo bastante comum na maioria das escolas. Nele, vemos desenhos, pinturas, fotos dos pequenos e resultados de pesquisas das crianças realizadas ao longo do ano. Tudo isso é muito válido e pertinente, porque dá vida à instituição, documenta e comunica o trabalho pedagógico e valoriza tudo o que é produzido. Entretanto, quando vejo apenas textos feitos pelos professores, como explicações de imagens, etiquetas ou textos informativos, penso que a escola perdeu uma grande oportunidade de mostrar a escrita dos pequenos – ainda que elas não sejam alfabéticas – numa situação de prática social real, ou seja, num momento que faz sentido escrever para comunicar as descobertas."
"Até hoje, ainda há muito receio em mostrar e publicar o que é produzido pelos pequenos. Acredito que seja porque existe a ideia de que as famílias vão achar estranhos os primeiros escritos dos filhos e entender que tais textos não cumpriram a função de comunicar algo. No entanto, para rebater esses argumentos é preciso ter e deixar claro que aprender a escrever é um processo longo e complexo e cada produção exige muita reflexão. Para chegar a uma escrita alfabética, todos constroem hipóteses, as superam e avançam."
"As crianças sabem que escrevem de maneira diferente dos adultos alfabetizados e perguntar para elas o que escreveram antes de expor a atividade ou quando o professor quer deixar registrado para acompanhar a evolução das produções é muito pertinente."
Sobre essa última citação transcrita acima, recordo-me de algumas experiências que vivi, quando minha filha estava nesta fase das garatujas, onde nada que escrevia fazia sentido. Percebi que cada vez que indagava sobre suas hipóteses de escrita ela me explicava de maneira diferente. Todas as vezes que perguntava sobre o que estava "escrito" ao lado de seus "desenhos escritos", ela me dizia coisas diferentes sobre os mesmos.
Achei válido não escrever do lado da palavra escrita por ela, porque a criação dela se modificava constantemente. Em alguns momentos tinha um sentido, algum tempo depois se modificava.
Acredito que a vivência dela permitia que sua "escrita" ganhasse outros sentidos, de acordo com as experiências por ela vividas. Era como que seu vocabulário se ampliasse e suas ideias se expandissem. Era um barato rever com ela cada produção!
Finalizando o pensamento da autora...
"Se a escola compartilha constantemente com as famílias como ocorre o processo de aquisição da linguagem escrita e expõe sempre o que é produzido pelos pequenos, certamente estará valorizando as produções e validando cada fase ou hipótese das crianças."
Concordo com a Lenira, que é preciso compartilhar esse processo com a família. Acompanhar todo esforço cognitivo realizado pela criança, faz com que o sucesso de chegar a fase alfabética, seja valorizado ainda mais pela criança. Visto que, a alfabetização é um processo complexo, que exige paciência e dedicação de todos os envolvidos.
Veja as fotos compartilhada pela autora

Imagem e texto retiradas do site:
http://gestaoescolar.abril.com.br/blogs/coordenadoras/2015/06/23/quando-faz-sentido-publicar-as-escritas-dos-pequenos/